quarta-feira, 20 de abril de 2016



O mico é nosso!


E lá vai a Dilma nas asas do AeroDilma, rumo a Nova York. Vai em missão oficial, representando o Estado brasileiro, numa conferência da ONU, para assinar o Pacto de Paris, um compromisso das nações visando frear um possível desastre ambiental advindo de emissão de gases causadores do efeito estufa.

Até aí, tudo bem. Dilma fará um discurso de cerca de 30 minutos. Em tese, falará sobre o controle climático.

Mas já tem como certo que dedicará boa parte do seu discurso a louvar as "conquistas" do seu governo (um assunto que não tem nenhum interesse para a pauta da reunião) e, mais, vai "denunciar que está sendo vítima de um golpe de Estado".

A única conexão possível que consigo vislumbrar entre o meio-ambiente mundial e o impeachment da futura-ex-presidente é a sensível diminuição na poluição sonora que seu afastamento trará.

Ela fala as bobagens na ONU, mas quem paga o mico king-size são todos os brasileiros. As delegações presentes, mais uma vez, não entenderão bulhufas.

Tem que tirar logo essa "presidenta". O Brasil merece um pouco mais de seriedade, quando não de vergonha na cara.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

As Neo-Velhinhas de Taubaté



Sim, eu sei. A Velhinha de Taubaté morreu. O Veríssimo matou-a em 2005. Segundo o autor do crime, na verdade ela morreu vitimada pela decepção com seu ídolo, Antonio Palocci, em quem acreditava cegamente, e que destruiu as ilusões da sua fã ao chafurdar feito um Duroc calorento na lama do Mensalão. O coração da velhinha não suportou saber que todas suas ilusões foram implacavelmente assassinadas. Ela, que acreditava em  todo mundo, até no Lula, perdeu a vontade de viver. 

Mas, ao que parece, deixou uma legião de herdeiros. Desde maridos e esposas vítimas de traição e que não se convencem da infidelidade do seu par nem mesmo ao vê-los sair do motel com outra pessoa ("vai ver, só foram conversar!") até gente cujas convicções políticas lhes coloca uma venda nos olhos, enquanto os que lhes manipulam colocam uma cangalha nos seus ombros. 

Bem, chega de falar da Velhinha: afinal, seu criador, segundo consta, também faz parte da turma que ainda crê no inverossímil. 

Falemos dos "neo-velhinhas de Taubaté". Eu não consigo atinar o que possa ter havido com o discernimento dessa gente. Ando evitando tomar vacinas aprovadas pelo governo, porque na minha paranoia, desconfio que as vacinas possam conter um vírus que destrói o senso de ridículo das pessoas que tem predisposição a uma síndrome que denomino "SPSN" ou "Síndrome do Petista Sem-Noção". O que acontece com esse povo? 

Eles acreditam que Lula realmente não sabia de nada.
Eles acreditam que Dilma também não sabia de nada.
Eles acreditam que o sítio de Atibaia e o triplex do Guarujá não sejam, mesmo, do ex-presidente.
Eles acreditam que o crise econômica é causada pela .... oposição!
Eles acreditam que a Operação Lava-Jato é uma conspiração da CIA com a Rede Globo.
Eles acreditam que José Dirceu precisava mesmo daquela "vaquinha" para pagar a multa que lhe foi imposta na condenação do Mensalão.
Eles acreditam que Dilma e demais terroristas dos anos 60 e 70 lutavam pela democracia.
Eles acreditam que Lula tirou 40 milhões de brasileiros da miséria.

A lista é longa.... não dou conta de escrever tudo. No resumo da ópera, os que sofrem dessa síndrome acreditam naquilo que ouvem, da boca dos seus "líderes". Senso crítico? Pra quê? Desconfiômetro? Não! Um mínimo de senso de ridículo? Ridículo, para eles, é não crer nas palavras de um José Eduardo Cardozo, de um Rui Falcão, de um Jaques Wagner. Esses são os apóstolos do "Grande Líder", e suas palavras não podem ser contestadas e pronto. Desde que Dilma negou que tenha se encontrado com a ex-Secretária da Receita Federal, Lina Vieira, para tratar da investigação da família Sarney, em 2009, uma mentira tão óbvia que clama aos céus, ela também entrou no Olimpo daqueles que, na visão dessa gente, são incapazes de contar uma mentira sequer. O estelionato eleitoral de 2014 nunca existiu, na cabeça dessa gente (bem, aqueles que perderam seus empregos desde então, uma legião de uns 3 milhões de cidadãos, talvez tenham se curado da síndrome porque, como diz o velho ditado francês dos tempos do Terror, "a visão do patíbulo aguça a mente". Mas nem isso é certo. O estrago cerebral que 13 anos de bazófia petista são capazes de provocar, ainda não foi adequadamente dimensionado). 

Essa semana, tivemos mais umas provas da existência dessa desconexão cerebral dos petistas com a realidade dos fatos. A votação, na Câmara Federal, para a admissibilidade do processo de crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff. O que se viu foi surreal. Primeiro, tentaram impor uma Comissão Especial submissa ao governo. E acharam que haviam conseguido, quando o STF se meteu onde não devia e produziu uma quimera jurídica absurda que impôs ao Legislativo, numa clara afronta ao princípio constitucional da separação dos poderes. O meu malvado favorito, Eduardo Cunha (longe de mim defender o deputado, quero que seja cassado tanto quanto qualquer um), como de bobo não tem nada, soube jogar o jogo do PT melhor que os petistas e emplacou uma Comissão que, se não era o sonho da oposição, também não tinha pendores pró-PT. A tigrada petista apostava na mediocridade do relator, o até-então obscuro deputado do PTB de Goiás, Jovair Arantes, um pacato dentista, para produzir um relatório inexpressivo, eivado de inconsistências e erros, que seria esmagado tanto no STF quanto na Câmara. Erraram, e erraram feio. O relator produziu um documento praticamente impecável, virtualmente blindado contra vigarices jurídicas dos "doutores" do PT. O Jovair foi fenomenal: teve o cuidado de remover do relatório toda e qualquer menção a acusações que extrapolavam as contidas no pedido de impeachment feito por Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr, e com isso abortou as tentativas canhestras da Advocacia-Geral da União (leia-se: Advocacia-Geral da Dilma) de impugnar o relatório. Mas nos debates da comissão, a que todos os deputados da Câmara assistiram, o libelo não ficou restrito às "pedaladas" de 2015 e a remanejamentos do Orçamento, crimes sem dúvida, mas que por si só dificilmente fariam 367 deputados votar "SIM" na noite de ontem. Não.. nos debates falou-se de tudo: das pedaladas de 2014 (que, por uma interpretação tresloucada da Constituição por parte do STF, foram consideradas "atos estranhos ao exercício do cargo"), à delação de Delcídio denunciando as tentativas de Dilma de obstruir a Justiça, passando por Pasadena e as conversas indecentes da Presidente com o seu "chefe" Lula. Tudo isso foi banido do relatório, mas não da mente dos congressistas. Como apagar? Impossível. E assim, livre das amarras jurídicas absurdas, os deputados puderam votar com conhecimento pleno de causa. Um lance de mestre, do "desprezado" Jovair Arantes.

Muito bem, mas falávamos da "síndrome". Voltemos a ela. Desde que saiu o relatório da Comissão Especial, e Eduardo Cunha marcou a data da votação no plenário, ficou claro que o governo teria dificuldades em barrar o processo. Reinaldo Azevedo, no seu blog da Veja On Line, chamou a atenção para esse fato. Os acontecimentos posteriores como a divulgação dos grampos telefônicos de Lula com a presidente torpedearam muitos apoios que o governo ainda tivesse. Ninguém chega a deputado federal sendo obtuso ou bobinho. Nem o Tiririca. A ala dos indecisos, que geralmente se notabiliza por votar com o governo em troca de um asfalto aqui ou um posto de saúde acolá (quando não presentinhos mais pessoais) viu que ia ficar difícil explicar aos seus eleitores uma opção por um governo inepto, corrupto (não que eles se importem com isso!) e principalmente falido, ainda mais em vista de uma possível cassação. Já pensaram? Como um deputado vai explicar que apoiou um governo morto, que nem mesmo conseguir se manter no poder? Na política, vergonha é perder, diz a "sabedoria" popular. O Estadão e a Veja montaram infográficos mostrando a intenção de voto dos deputados, baseados em opções declaradas por eles mesmos. E esses gráficos deixavam claro que o impeachment contava com algo como 320 votos, sobrando quase 100 indecisos ou que não declararam o voto. Ora, se 320 já tinham deixado claro que diriam "SIM", como imaginar que não haveria mais 22 entre esses 80 ou 90 restantes? 

Mesmo assim, imperou a "síndrome". Óbvio que não se pode esperar que um José Guimarães ou um Afonso Florence, do núcleo duro do PT, admitissem que iriam perder. Seria o mesmo que perder por antecipação. Eles tem o dever de mentir, não é? Mas entre mentir e ACREDITAR nessa mentira, deveria haver um fosso de bom-senso. E aqui entrou a "síndrome". A petezada ACREDITOU. O espírito da Velhinha de Taubaté ressurgiu do além e se apossou da mente da massa. Senão vejamos algumas afirmações extraídas de um dos principais blogs a serviço do petismo mais rasteiro, o "Brasil 247":

"Frente contra o Golpe é assinado por 186 deputados" (Leonardo Attuch)

"A Frente em Defesa da Democracia foi protocolada no Congresso com 186 assinaturas de deputados, 14 a mais do que o necessário para barrar o impeachment. Então, quem está mentindo para enganar a sociedade são os golpistas!" (Leopoldo Vieira)

"O golpe perde apoio - a oposição está longe de conseguir os votos na Cãmara" (Laurez Cerqueira)

"Golpistas perdem votos e o Brasil amanhece ao som de "Vira, Virou" (Brasil 247)

"O blefe dos 342 votos que eles não tem" (Alberto Cantalice)

"Movimento "Nem Dilma nem Temer tira 30 votos dos golpistas" (Tereza Cruvinel)

"O impeachment não passará na Câmara" (João Carlos Gonçalves, Força Sindical)

"Sem votos para o golpe, Cunha poderá adiar votação" (B247)

"Planalto garante que tem mais de 180 votos" (Brasil 247)

"Mais de 100 deputados já deixaram Brasilia e desligaram os celulares" (Roberto Requião)

"Já temos 179 votos garantidos" (Jaques Wagner)

"Governo virou a noite em vantagem" (Ricardo Berzoini)

Que os chefôes da organização criminosa que vai sendo escorraçada do poder afirmem essas besteiras e sandices, vá lá. Eles são pagos para isso.

O incrível é ver um monte de gente acreditando nisso, e depois vendo a realidade se impor: 367 votos a favor do impeachment, 25 a mais do que o necessário. E o governo, cadê os 180 votos? Viraram 137, mais 7 abstenções e duas ausências.

Agora, a ópera-bufa volta com força total: o PT já anuncia por meio de seus bate-paus de nariz marrom, que terá maioria no Senado para rejeitar a denúncia e salvar Dilma. De novo, a tigrada se anima, fala em ir às ruas, comemorar a vitória. De novo, serão desmentidos pelos fatos. Para tirar Dilma do poder por 180 dias, basta maioria simples (metade mais um dos presentes) no dia da votação. Dessa vez, o artifício de pedir (e pagar) para que congressistas faltem, não vai adiantar: vale o quorum do dia. Se tiver 42 senadores no plenário, o voto de 22 já manda Dilma para casa. Segundo a Veja, 45 senadores já se posicionaram a favor do impeachment. Alguém ainda alimenta dúvidas?

E será que alguém acredita que Dilma possa voltar, ao fim dos 180 dias de afastamento?

Nem a Velhinha de Taubaté. Desculpe, Veríssimo.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Por que eu ainda sou mais Aécio?


Estava abastecendo o carro esses dias, quando um cidadão veio puxar conversa, interessado em saber detalhes do meu carro, um respeitável Toyota com quase vinte anos de idade. Elogiou o carro, mas quis fazer uma graça: "o carrinho está bonito, mas esse adesivo aí atrás estraga tudo...". Ele se referia ao desbotadíssimo adesivo "Aécio 45" que trago colado no para-choque traseiro desde a eleição de 2014. Imaginei logo tratar-se de um petista, e não dei atenção (alguém mui sabiamente afirmou que discutir com petista é como jogar xadrez com pombo: ele vai fazer cocô no tabuleiro, derrubar as peças, estufar o peito e sair cantando vitória). De modo geral eu evito conversar com essa gente, que meu tempo não é tão farto assim, nem minha paciência. Mas ele insistiu: "Olha que eu não sou petista, mas o Aécio, hein? Que decepção!" Eu tenho uma certa ojeriza de gente que fala "Olha que não sou petista, MAS...".  Parece uma espécie de petista subliminar, nesses tempos em que ser petista traz consigo a obrigação de defender o indefensável. Não dei conversa. Terminei de encher o tanque, paguei e fui embora.

Uma vez em casa, a conversa me veio à mente. Por quê Aécio? E, mais importante, por quê NÃO Aécio? Mudou alguma coisa, desde 2014, quando acompanhei o mineiro na TV, na entrevista à Roda Viva, nos debates da campanha, durante os quais ele me passara tal impressão de solidez de princípios, aliada a um profundo conhecimento dos problemas do Brasil e cujas soluções me pareceram tão lógicas e racionais? 

Ah, sim... tem o "Petrolão", não é? Como os blogs sujos a soldo do PT não cansam de alardear, Aécio foi "citado" em várias delações premiadas, como sendo um dos destinatários das propinas pagas pelas empreiteiras. Para os petistas, as delações não tem credibilidade alguma, exceto quando servem a seus propósitos. Mas não vou ficar aqui refletindo em cima daquilo que o PT e seus áulicos pensam. É perda de tempo. O que me interessa não é o que a turma do Rui Falcão pensa, e sim o que EU penso. Afinal, essas "denúncias" fazem sentido? Aécio pegou dinheiro sujo de empreiteiras e de estatais? É apenas mais um dentre tantos políticos sujos desse Brasil?

Só há uma forma de saber, e tirar conclusões. Pesquisando os FATOS, de cada alegação, cada delação, e tentar usar a lógica para separar o joio do trigo. A verdade da mentira. Não sou dono da verdade, nem me iludo em achar que minhas conclusões sejam incontestáveis. Pode ser que algum dia surjam evidências irrefutáveis de que Aécio Neves seja um corrupto, um mentiroso e tudo aquilo que lhe imputam os mecanismos de assassinato de reputações manuseados pelo petismo. Pode ser. Mas HOJE, eu quero analisar cada denúncia à luz fria da razão e da lógica. e formar a MINHA convicção. Com base em fatos. 

O Senador Aécio Neves foi citado em quatro delações premiadas, de agentes envolvidos no escândalo do Petrolão. Vou abordar cada uma delas, e dali extrair o meu juízo de valor. É o meu tribunal particular, e nele as firulas e chicanas jurídicas não entram. Valem os fatos e a lógica.

1) Um dos primeiros réus da Operação Lava-Jato, Alberto Yousseff, declarou em delação premiada, que "ouviu dizer" através do deputado José Janene (PP), hoje falecido, que Aécio Neves teria recebido propina por intermédio de sua irmã, de uma empresa contratada de Furnas S.A. (uma estatal do setor de energia elétrica), entre 1994 e 2001. Há gravação desse depoimento no Youtube, o que desmonta as afirmações mentirosas da blogosfera comandada pelo PT, que tenta vender a versão segundo a qual o Yousseff teria acusado Aécio de receber propina. Ele afirma, ipsis litteris, que "ouviu dizer". O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a quem se pode acusar de muita coisa menos de ser tucano, deu parecer recomendando o arquivamento desse trecho da delação, por absoluta falta de indícios consistentes. O relator da Lava-Jato no STF, Teori Zavascki, outro que não guarda qualquer apreço especial por tucanos, arquivou o inquérito. Ponto.

2) Um segundo delator da Lava-Jato, o "entregador de dinheiro" Carlos Alberto da Souza Rocha, vulgo "Ceará". afirmou em delação premiada que, em 2013, ao entregar 300 mil reais enviados por Yousseff à empresa UTC Engenharia, teria conversado com um diretor da empresa de nome "Miranda", que lhe dissera que o dinheiro seria "para o Aécio". Segundo o delator, ele teria estranhado o fato da UTC pagar propina para um político do PSDB, já que o partido não tinha nenhuma influência na Petrobras. Ainda segundo ele, o Miranda lhe disse que a UTC dava dinheiro "para todo mundo, situação e oposição". Interrogado a respeito, Yousseff afirmou categoricamente que nunca mandou entregar dinheiro para Aécio Neves, e que o diretor da UTC mencionado não teria como afirmar isso, uma vez que ele não sabia para quem seriam os valores recebidos.  Ouvido, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, confirmou que nunca houve entrega de dinheiro de propina para o tucano. Note-se que o citado delator também afirmou que entregou dinheiro para o ex-governador de MG Antonio Anastasia (PSDB) e até para um dos mais combativos políticos brasileiros, o Senador Randolfo Rodrigues (Rede-AP) que, a exemplo dos demais, também não tinha nenhuma influência na Petrobras. A Polícia Federal investigou a denúncia envolvendo Anastasia, e comprovou ser caluniosa. Novamente, o Ministério Público Federal, por total falta de quaisquer indícios concretos, pediu o arquivamento, a Teori atendeu o pedido em março de 2015. Ponto.

3) Mais um delator da Lava-Jato, o lobista Fernando de Moura, muito ligado a José Dirceu, citou o Senador Aécio Neves. Segundo Moura, ele ouviu de José Dirceu que Aécio comandaria uma diretoria na estatal Furnas, através de um apadrinhado seu, Dimas Toledo, então Diretor. Que os valores arrecadados por Toledo seriam divididos em três partes, sendo um terço para Aécio, um terço para o PT nacional e um terço para o PT de São Paulo. Disse mais: que Toledo teria sido mantida à frente da Diretoria de Furnas, por Lula, que "atendeu um pedido pessoal de Aécio". 

Esse depoimento de Fernando de Moura é curioso. Ele prestou três depoimentos à Polícia Federal. No primeiro, não citou Aécio Neves. Mas fez pesadas acusações contra José Dirceu. No segundo, retratou-se das acusações contra José Dirceu, mas seguiu sem mencionar Aécio Neves. E no terceiro, voltou a acusar José Dirceu, mas incluiu Aécio. Confrontado com as versões conflitantes, o depoente disse que se sentiu ameaçado, tendo sido abordado por um estranho na rua, alegação que foi desmontada pela PF após conferir gravações de video do local. Há outras incongruências. Alguém, em sã consciência, consegue imaginar Aécio Neves, líder da oposição que fora derrotado por Lula em 2002, pedindo para o recém-empossado Presidente, para manter um apadrinhado seu no cargo, para garantir uma fatia de propina? Alguém consegue imaginar o recém-empossado Presidente Lula concordando com esse esquema? Para favorecer um opositor? Mais: alguém, dotado de mais de um neurônio, consegue imaginar o PT não usando esse trunfo, na eleição de 2014, quando havia real risco de Aécio vencer? Note que essa "denúncia" nada mais é senão uma versão da primeira, ligada a Furnas, que roda por aí desde que a tal "Lista de Furnas" surgiu das mãos de um notório falsificador e estelionatário, há mais de dez anos. Atualmente, o Ministério Público analisa se cancela o benefício da delação premiada do Fernando de Moura, pelas mentiras e inconsistências gritantes ali contidas. Lula, por outro lado, poderia contribuir para o esclarecimento da questão, confirmando ou negando que Aécio tenha mesmo lhe pedido para manter um esquema corrupto a seu favor em Furnas. Se confirmar, Lula, é claro, assinará uma confissão explícita de que sabia do esquema criminoso em Furnas, e mais, que compactuou com o rateio do roubo, sendo 2/3 para o seu partido. Duvido que o fará - embora os blogs sujos façam a festa com a suposta denúncia, naquilo que atinge o Aécio Neves. A meu ver, a citação não vale uma nota de três reais. Ponto.

4) Na sua delação premiada, o Senador Delcídio do Amaral voltou a sacudir os ossos da tal "Lista de Furnas", ao afirmar que "ouvira dizer" que havia um esquema de propina em Furnas. Questionado sobre quem teria recebido valores de Furnas, Delcídio afirmou textualmente que "não sabe precisar, mas sabe que Dimas operacionalizava pagamentos, e que um dos beneficiários sem dúvida foi Aécio Neves". Delcídio não soube dizer valores. Delcídio não soube dizer como foi feito o pagamento. Quem pagou (porque é irreal imaginar que um diretor passe no caixa de uma estatal gigantesca e mande sacar alguns milhões em espécie, não é? Para isso usam-se operadores, tipo Alberto Yousseff. Que já negou que tenha pago qualquer valor a Aécio. Quem pagou, então?)? De onde veio o dinheiro? A propina foi paga em troca de quais contratos, e por quais empreiteiros ou fornecedores? Delcídio não soube dizer nada disso. Em outras palavras, é pura fofoca, "ouvi dizer", e sempre ligada à tal "Lista de Furnas". Que, por sinal, Delcídio também acusa de ser falsa. Onde está a verdade? Ponto final.

É claro que toda denúncia precisa ser investigada. Fosse eu o Aécio, enviaria ofício a Rodrigo Janot, PEDINDO para ser investigado. Porque a investigação, ao mesmo tempo que tem o poder de condenar, também confere atestado de idoneidade àqueles que isenta de acusação. 

De minha parte, dentro da minha inteligência e do fundo do coração, creio firmemente que há um processo de assassinato de reputação em curso, nos moldes daquele esquema usual do PT, de denúncias vazias e dossiês fabricados por aloprados, tantas vezes empregado no passado. Aécio representa a única ameaça real ao projeto de hegemonia dessa organização criminosa chamada PT, que fincou suas garras no Estado brasileiro, e o sangra dia a dia. Torna-se, assim, o alvo preferencial de suas armações. E essas denúncias tem jeito, cara e cheiro de armação.

Segundo a última pesquisa DataFolha, Aécio despencou de 27% para 17% nas intenções de votos dos brasileiros. Certamente boa parte dessa queda é fruto desse trabalho de desconstrução caluniosa movida pelas franjas do petismo. Lula lidera com 23%, e Marina vem a seguir com 19%. Se esses números representam fielmente a vontade dos brasileiros, Aécio ficaria fora do segundo turno, se a eleição fosse hoje. Teríamos a indigesta tarefa de escolher entre Lula, cujos atributos cabem melhor num prontuário policial do que num currículo, e Marina, a dissimulada política que se diz anti-política, e que espera que o Brasil lhe caia no colo justamente por isso. O fato de Lula ter 23% das intenções de voto já me soa algo totalmente alienígena. Depois de tudo, depois de tantas mentiras, tantas demonstrações de absoluto desprezo às regras mais comezinhas de ética, um em cada quatro brasileiros ainda querem ser governados por essa pessoa? O Brasil no fundo do poço, que foi cavado por ele, e o pessoal quer mais disso? Me poupe. Por outro lado, Marina. O que nos espera com a Marina presidente? Ela terá o estofo para enfrentar o desafio de tirar o Brasil do fosso em que o PT nos meteu? 

Meus caros... o adesivo segue lá. Chega de tanta mediocridade, tanta sacanagem. O Brasil precisa de um governo de verdade, sério, honesto e sobretudo competente. A meu ver, Aécio ainda representa o que eu quero para meu país. E enquanto não me provarem o contrário, o adesivo AÉCIO 45 seguirá no meu carro.