quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Os vizinhos e as pedras


Conforme escrevi há tempos, a violência no Oriente Médio segue num crescendo, com desfecho bastante previsível. Ainda não chegou o momento de Israel buscar conter o projeto bélico iraniano por seus próprios meios, face a passividade do resto do mundo perante essa ameaça. O Irã quer a bomba, está trabalhando para tê-la, a terá - e a usará, sem sombra de dúvida. Até hoje, a posse de armas nucleares sempre foi mais uma questão de showbiz do que de ação real. Quem tem, nem cogita de usar, mas usufrui do status de "potência nuclear" que sua posse confere. E a usa como escudo contra possíveis agressores. Assim é no caso do conflito India-Paquistão - ambas possuem ogivas nucleares, ambas adoram anunciar isso, numa espécie de aviso-prévio: "Não se meta comigo!". Mas ninguém de qualquer lado da fronteira cogita de lançar uma bomba atômica no quintal do vizinho, por causa de uma ou dez Caxemiras. O custo simplesmente é proibitivo - e resta um pouco de bom-senso na cachola dessa gente. 

Já no caso do Irã a história é diferente. Os aiatolás professam um dos paradigmas mais caros aos radicais islâmicos: "Israel é uma abominação, e deve ser exterminado". Não "derrotado", não "obrigado a fazer concessões", nem mesmo expulso dos territórios ocupados. "Exterminado". Uns ainda tentam dourar essa pílula, dizendo que não precisa exterminar Israel, basta que o país "deixe de existir". O que, convenhamos, é a mesma coisa. Ou alguém acha que os israelenses irão se espalhar pelo mundo de novo, em diáspora? O que impede o Irã e seus financiados do terror pelo mundo de acabar com Israel não é a falta de vontade nem a determinação para levar a cabo a tarefa, e sim a falta de meios para realizá-la. Israel já deu provas incontestes que não pode ser vencido pelo terror, muito menos por uma guerra convencional. Cercado por inimigos, o país aprendeu da maneira mais dura o risco que significa não investir na sua proteção. E aprendeu também que não se pode confiar na eventual boa-vontade de um ou outro interlocutor do lado de lá. Para cada islamita bem-intencionado, que busca a paz, existem cem outros que sonham com a possibilidade de matar judeus. Agora imagine uma bomba nuclear em mãos iranianas. Eles acabam de admitir que fornecem armamento ao Hamas, grupo terrorista que se ocupa exclusivamente de executar atentados contra civis israelenses. O que impediria Ahmadinejad e sua turma de entregar um artefato nuclear de alguns quilotons ao Hamas, para ser levada a Israel e detonada em alguma grande cidade? Nada! O que inibe essa ação extrema é a determinação de Israel de impedir que o Irã tenha a bomba. Caso o desenvolvimento do know-how atômico dos iranianos não seja coibido pelas sanções da comunidade internacional, Israel agirá. Já fez isso antes, com o Iraque e a Síria, e não relutará em agir novamente, por mais danos que possa causar em sua imagem internacional. A responsabilidade maior de Israel é com seu povo, não com as manchetes dos jornais. O país tem dado sinais de que sua paciência com o Irã está no fim. Ainda mais agora, com a confissão iraniana daquilo que até as pedras da calçada já sabiam: o arsenal do terror é vendido e financiado pelo governo iraniano. Ou seja, cada cidadão israelense morto pelos Hamas é, na verdade,  vítima de uma guerra que o Irã não tem a coragem de declarar.

Enquanto a ação direta contra o Irã não acontece, Israel tem que lidar com o Hamas, que, municiado pelos aiatolás, já lançou cerca de 12 mil foguetes em direção ao território israelense. Mais de 600 apenas nesse mês de novembro! Os foguetes foram lançado a partir da Faixa de Gaza, que Israel entregou à administração palestina, num esforço para obter a tão-sonhada paz na região. Os mísseis são lançados sem precisão alguma, como se fossem pedras jogadas no quintal do vizinho. Se matar alguém, ótimo. Senão, lança-se outro. E outro.  Israel se defende, alvejando os mísseis com destinos considerados mais danosos, usando para isso um sofisticado e caríssimo sistema de rastreamento e mísseis interceptadores. Tem tido sucesso na tarefa, o que que tem poupado vidas. Como escreveu um respeitado jornalista brasileiro: "Enquanto Israel cria um escudo para proteger seus civis, o Hamas usa seus civis como escudo para proteger a si mesmo". Mas chega uma hora em que a paciência se esgota. Israel resolveu agir ofensivamente. Está deflagrado mais um conflito na região, com suas imagens de horror. No momento, há uma frágil trégua, com cessação das hostilidades. Quanto tempo durará? A experiência nos ensina que, em que pese a vontade israelense de ter uma paz duradoura, a sobrevida da trégua será curta. Atacar Israel é o motivo da existência do Hamas e de outros grupos terroristas, como a Jihad Islâmica. Se tirarem-lhes essa atividade, sobrará o que? 

Tudo isso e lamentável. Os palestinos já poderiam ter seu próprio país há anos. Não tem, porque Israel já viu o que dá deixar esse tipo de vizinho agir livremente. Se conceder a independência a Gaza, no lugar de selar a paz, vai estar dando uma base territorial autônoma para o terror. A cada ataque do Hamas, mais argumentos contra o país palestino. E o ciclo da violência cresce. Quem tem razão? Mesmo concordando que os palestinos devam ter seu país, eu creio enfaticamente que a razão está do lado israelense. Basta que qualquer um se coloque no lugar deles. O que o Brasil faria, se acaso houvesse um território colado ao seu, e que esse lugar fosse usado por um grupo terrorista para lançar foguetes contra uma cidade brasileira, em nome de qualquer ideologia? O que diria o governo brasileiro, se esse grupo tivesse como lema o extermínio do Brasil?  Ora, não é preciso ser adivinho para imaginar o que aconteceria, não é? Para quem duvida que o Islã prega a morte a Israel, basta um vídeo dentre os muitos que existem na internet, com declarações de ideólogos do islamismo. Ou, melhor, basta consultar o Estatuto do Hamas, onde o extermínio de Israel e morte dos judeus é um dos pilares da ideologia do terror. 



Aliás, pelo que se vê, não é só o extermínio de Israel que faria a alegria do mundo islâmico radical. No fundo, eles querem mesmo o extermínio de todo mundo que não seja do lado deles. Estados Unidos, Europa.... e por aí vai.

Então façamos um exercício de imaginação. Imagine que você, leitor, more numa casa, num bairro onde seus vizinhos querem, não só sua casa, mas lhe ver morto. Um dia, numa negociação, você entrega aos vizinhos um terreno, pegado ao seu, que era disputado entre as partes. Os vizinhos instalam lá uma base ofensiva contra sua casa. Todo dia, jogam pedras no seu telhado, esperando acertar um filho teu. Se um filho teu for apanhado andando pela rua sem escolta, os vizinhos vão matá-lo. com certeza. Você já telefonou para a prefeitura (ONU) reclamando. Já ligou também para a polícia (EUA). Não adiantou nada. Um nem atende seu telefonema. O outro diz que está muito ocupado com seus próprios problemas, não vai se meter em briga de vizinho. E as pedras seguem caindo. Lá no vizinho, publica-se um manifesto, afirmando que matar você é dever moral de qualquer vizinho que se preze.

O que você, leitor, faria? Mudar de bairro está fora de cogitação, claro.

Não sei quanto a você, mas eu compraria um revólver. E se as pedras seguissem caindo, é bem capaz de eu, mesmo sendo um amante da paz, ir lá no vizinho  tirar satisfações e, em caso extremo, dar uns tiros.

E você? Aguentaria as pedras, para não parecer rude? Até quando?

Mas esse não é o meu foco de hoje. O que leva a escrever não é o conflito em si, que é cruel como todo conflito armado, mas sim aquilo que eu tenho visto na mídia, entendendo como tal não só o que sai publicado nos jornais, veiculado nas TV's mas também o que rola nas chamadas redes sociais e blogosfera. É um escândalo. A re-edição do trabalho midiático usado pelos nazistas nos anos 30, para preparar o espírito dos alemães para o Holocausto que viria. Existe um bombardeio de inverdades, invencionices e bobagens abissais circulando na internet, e endossado pela mídia, acusando Israel dos maiores horrores imagináveis, nessa sua "guerra de agressão" a Gaza. Já li até um enojante blog de um cidadão, que, pasme, acusa os radicais islâmicos de incompetência, porque se unidos estivessem, seria mais fácil exterminar Israel!!!. E acusa Israel de ser... nazista!!!!  Esse mentecapto ainda recebe guarida para suas sandices num blog que (tenta) ser de "jornalismo"!!!! Vejam aí que pérola:


Agora vejam essa foto:



Essa foto rodou o mundo, nas asas na internet. Foi postada em todas as redes sociais. Foi viral no Facebook. Segundo as informações que a acompanhavam, era a foto de um soldado israelense pisando no peito e apontando sua AK-47 para o rosto de uma criança palestina, em Gaza. As reações foram as esperadas: horror, revolta, declarações de ódio a Israel, xingamentos diversos. Eu estimo que 99% das pessoas que viram, acreditaram na mensagem da foto, e condenaram Israel pela atrocidade.

Mas eu não sou um dos 99%. Me situo, com orgulho, entre os 1% que possuem cabeça para pensar, e não para ser vaca de presépio, muito menos massa de manobra de mentirosos. Fui investigar a foto. E... voilá!

Essa foto foi postada por um sujeito de nome Wesley Muhammad (o que por si só já explica muita coisa, não?). Era parte de uma foto maior (veja abaixo), tirada no Bahrain, em 2009, durante uma apresentação teatral. O uniforme do "soldado" não e das Forças de Defesa de Israel. E a arma, uma AK-47, não é de uso da IDF, sendo, entretanto, a arma de escolha dos... terroristas! Ou seja, a foto é tão legítima quanto uma nota de 3 reais! É MENTIRA!



O pior não é ver esse tipo de contra-informação ganhando ares de veracidade na internet. O pior é ver gente que se diz culta e esclarecida, caindo nessas lorotas, e fomentando um sentimento antissemita que só encontra paralelo no estúpido antiamericanismo que grassa nos países do terceiro mundo com complexo de inferioridade - como o Brasil. Muito embora as filas para obtenção de visto no consulado dos EUA sigam enormes. 

Como qualquer pessoa de bem, eu torço pela paz. Gostaria de ver palestinos, árabes, sírios, libaneses e outros adeptos do islamismo, convivendo lado a lado, pacificamente, com os judeus. Ora, isso acontece em São Paulo, por que não poderia acontecer no resto do mundo? Mas, sinceramente, não tenho esperança de que isso venha a acontecer. Ao contrário de outros denominados "movimentos revolucionários", o terrorismo islâmico não objetiva independência ou liberdade. Objetiva a destruição de um Estado legítimo e democrático, a morte de seus cidadãos, o genocídio. É como o alien de "Independence Day", que, quando perguntado pelo presidente dos EUA interpretado por Bill Pullman sobre o que os humanos poderiam fazer para permitir a co-existência, respondeu: "Sem co-existência. Morram."  Israel possui os meios para impedir a realização do sonho escabroso dos radicais. Negar-lhe o direito a defender-se, usando para isso a mentira exaustivamente repetida, é asqueroso - e inútil.



Um comentário:

Anônimo disse...

Fizeram o mesmo com o nazismo e deu no que deu! O próximo Holocausto vai ser o da raça humana livre!