sábado, 30 de janeiro de 2016

Pinóquio Jr.

Lembram daquela tal consultoria fabulosa (no sentido amplo do termo) que o filho caçula de Lula, o Luiz Claudio, fez para a Marcondes & Mautoni? Acho que já falei dela aqui no blog. O moço, cujo currículo contém apenas esse trabalho (até então exercia a nobre função de auxiliar técnico de times de futebol), recebeu a bagatela de R$ 2,5 milhões do tal escritório de lobby que defendia os interesses da CAOA (representante Hyundai no Brasil), junto ao Ministério de Indústria e Comércio no governo Lula, em busca da renovação de uma Medida Provisória que garantia benefícios fiscais à empresa. Lógico que Lula renovou os benefícios, não é?

Convidado a explicar na Polícia Federal o que fizera para justificar o pagamento tão generoso, o rapaz afirmou que era o pagamento por trabalhos de consultoria (fico impressionado como essa gente presta consultoria a torto e direito!) na área de marketing esportivo. Solicitado a produzir uma cópia de tal trabalho monumental, o caçula de Lula primeiro tergiversou. Enrolou, pediu um prazo, o calhamaço não estava com ele.... e depois de alguns dias entregou os alfarrábios todos. Um trabalho rastaquera, visivelmente montado e compilado às pressas, inclusive com farto material copiado da Wikipedia. Questionado a respeito, defendeu a qualidade da obra, pela qual um escritório de lobby sem qualquer interesse no ramo esportivo, e cujos sócios estão presos acusados de uma série de crimes investigados na Operação Zelotes, pagou módicos dois milhões e quinhentos mil reais.

Bem, até aí morreu o Neves, como se dizia antigamente. Acredita quem quiser. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal parece que não caíram na história. A investigação prossegue.

E hoje, deu na Folha de São Paulo: intimado a entregar o tal relatório em formato digital, o "consultor" alega que "não possui versão digital" do valioso trabalho.

Agora... vem cá. Alguém já ouviu falar de um trabalho de consultoria, por mais chinfrim que seja, digamos, um plano de negócios para um carrinho de cachorro-quente, e que não possui versão em computador? Sem arquivos em Word, planilhas em Excel, uns gráficos em Powerpoint? Zero? Nadica de nádegas? Sem possibilidade de atualização, sem chance de trocar variáveis, de entrar com novos dados?

Isso, como dizia aquele padre que era (ou é) um cético atroz, "non ezizte".

Fico aqui imaginando o trabalhão que deu, em alguma madrugada dessas, procurar coisas no Google, botar na tela, dar print screen, pegar na impressora e grampear, de forma a parecer um "trabalho".

Você, leitor, tem duas opções a fazer. Pode acreditar que o filho do Lula fez esse trabalho e foi pago por ele, tudo nos conformes, ou pode acreditar que ele seja, a exemplo do progenitor, um mentiroso.

Em face do relatado acima, faça a opção lógica.

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